Não nos víamos havia um tempão. Conjecturamos a data do último encontro, rimos de algumas piadas internas e rapidamente bolamos uma fórmula com o intuito de tornar o contato mais frequente.
Foi aí que o debate começou: seria aquele plano uma teoria ou uma hipótese?
– “Teoria” tem diversos significados. É só ver como o científico e o popular vivem em conflito.
– Como assim?
– No dia a dia, quer dizer “algo que não foi provado”. Só que isso, pros cientistas, é a definição de “hipótese”.
– E o que é “teoria” pra eles?
– Uma ideia testada e aprovada.
– Humm… mas me diz uma coisa…
– Sim.
– A crença popular é baseada no que a ciência descobre, certo?
– Certo.
– As teorias são passíveis de erro.
– Claro. É isso que faz o método progredir… Testar hipóteses e criar novas teorias.
– Então as hipóteses são testadas, e se formam teorias.
– Isso.
– Teorias testadas por seres humanos.
– Aham…
– Humanos que, sabemos, são imperfeitos.
– Bem, são…
– E que são criados à imagem e semelhança de Deus, né?
– É o que dizem.
– Mas Deus não é o todo poderoso, onipotente, onipresente e onisciente?
– (…)
– Deveríamos ser onipotentes, onipresentes e oniscientes também.
– Se fosse assim, todos seríamos iguais e não haveria evolução. Evolução provada pela ciência.
– Mas as teorias são falhas. Quem garante que a teoria da evolução não errou e, na verdade, você está se baseando em princípios errados?
Paramos, choramos, fomos beber. Só falamos sobre religião, agora.