The Family Way – George Martin e Paul McCartney | Beatles fora dos Beatles

paul mccartney e george martin - the family way

(Capa do álbum The Family Way. Imagem: reprodução)

Wonderwall Music costuma ser apontado como o primeiro álbum solo de um beatle. Mas isso é meio que uma licença poética. Pois antes de George Harrison lançar o disco, outro carinha do Fab Four empreendeu um trabalho musical individual: Paul McCartney.

Depois da turnê dos Beatles pelos Estados Unidos em 1966, a última da banda, cada membro tinha ido fazer algo por conta. John Lennon experimentou atuar, visitado no set por Ringo Starr. George partiu à Índia. E Paul colaborou com George Martin na criação da trilha do filme Lua-de-mel ao meio-dia. Registro que sairia no Reino Unido em janeiro de 1967, pela Decca, precedendo Wonderwall Music em quase dois anos.

Por que, então, apesar de toda essa precedência, a soundtrack não é levada em conta quando falamos da obra solo do quarteto?

E por que Paul sequer a cita em seu website, na área “discography”?

Bom… É que o envolvimento dele na elaboração de The Family Way (título original da película) foi limitado.

Em Paul McCartney: A biografia, Philip Norman escreve que a feitura da trilha, na prática, ficou a cargo de George Martin, também produtor da parada. A contribuição significativa de Paul sendo o gentil e recorrente tema “Love in the Open Air”.

“Love in the Open Air” ganharia um prêmio Ivor Novello, muito prestigiado na cultura britânica. Entretanto, pondera Philip Norman, a peça “não pode ser qualificada como o primeiro projeto solo de um beatle porque Martin recebeu os créditos como intérprete.”

Seja como for, o nome do canhoto do eterno baixo Hofner aparece destacado em modelos de capa do álbum. E vários segmentos de The Family Way precedem o clima – e o estilo de produção – do vindouro Magical Mystery Tour.

Curiosamente, uma das estrelas de Lua-de-mel à meia-noite chegou a sair com um dos rapazes de Liverpool. Na era dourada da beatlemania, George Harrison acompanhou Hayley Mills numa noite relacionada à arrecadação de fundos à Cruz Vermelha.

Já famosa à época, a jovem atriz ficou perplexa com o nível de fama e o efeito causado pelo músico no público.

Outro ponto peculiar, desta vez na trilha sonora do filme: a vibe similar de “Love in the Open Air” e da progressão inicial do clássico zeppeliano “Stairway to Heaven”. Teria Jimmy Page usado-a como inspiração, anos adiante, para desenvolver a balada com Robert Plant? É interessante imaginar que sim.

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